sábado, 6 de março de 2010

"A vida é uma vírgula" | 2º capítulo

  "A vida é uma vírgula"

Capítulo II, Tudo pode quando

 se acredita.                  

Por: Isabela Rosa

Prochmann     


"Para mim o mundo já é muito estranho visto a olho nu. E fica pior ainda quando a gente está inconsciente. Neste mundo a gente lembra dos sonhos e das vontades, daquilo que foi realidade e já acabou. Tá, isso se for para vocês, porque eu , Madalena Almeida, têm os piores sonhos que alguém já teve. Não existe um dia sem pesadelhos.
Acordei hoje cedo com o cérebro mais distante da testa.
Só posso dizer isso porque não dormir nada de noite - deeer, claro que dormi -, pensando apenas em coisas incomuns que pode acontecer.
A morte dos meus pais poderia até ser normal, e mais parecia uma história de uma princesa exageradamente exagerada. O bom é que isso não acontece e que não vivo num conto de fadas.
Vivo em mundo normal, e tenho uma vida que todos têm .
Tá, retiro o que disse. Minha vida não é lá a mais comum , mas não é nem mais chata e nem mais legal.
As coisas na minha casa são todas proibidas:
- televisão, só antes das cinco.
- computador, só antes das oito da manhã.
- chocolate, NUNCA.
Foi assim que criei um grupo escolar que poderia me dar tudo isso . Fiz com que as pessoas acreditassem em mim, e depois tinha tudo: TV, computador e  chocolate, e naaaaada de aula. Sim, eu matava aula.
Até eu chegar na sexta-série e ser descoberta. O pior de tudo foi que tive que voltar para segunda - mentira.
Eu matava aula e a professora descobriu que não eram dias sem saúde; ela descobriu os meus costumes e minhas manias, e no decorrer da quinta-série, era uma burra chata e feia.
O bom foi que aprendi com meus erros e descobri que a vida não é só feita para viver e aproveitar os minutos cheios de loucuras. Foi no fim da quinta-série que resolvi mudar de uma maneira muito esclarecedora.
Primeiramente, mudei minha disposição e alimentação. Depois meu cabelo. E, por fim, o mais importante: minha maneira de estudar, se bem que na quinta eu neeeeeem estudava.
Aprendi a viver."
Minha professora olhava para o texto que eu escrevia. Acreditava que ela não pensava que o que vale no texto é a mensagem. Tenho certeza que ela sabia que tudo aquilo não tinha acontecido. E o pior: era a professora de português.
- Você pensa que isto é algo sinceramente bom? Que mensagem boa passar a paz entre seu pai e sua mãe de uma maneira mais exagerada.
Foi aí que notei o quadro: 'escrevam algo sobre o dia-a-dia de vocês, algo que acreditem que eu devo saber'.
- Desculpe, nem reparei - respondi .
- Pois está encrencada com as letras. As palavras são o momento presente que representam o seu futuro. Aparentemente não está nem aí para elas.
Ai que ótimo , não entendi nada.
- Ahm , eu penso nelas sim.
O sinal bateu e a aula acabou. Mais uma coisa para me encorajar.
Odiava aquela escola e aquelas pessoas. Rapidamente, como era de se esperar o silêncio acabou.
E ia mesmo melhorar em casa. O que tinha certeza do que ia fazer era me indagar por todo e qualquer lugar, sobre as palavras daquela professora - se é que ela sabia alguma coisa - deeeer.
Fui comprar o lanche e fugi da escola - ótimo de novo. Minha impaciência com as coisas poderia dizer tudo depois.A pior loucura que eu já fiz foi ir em uma loja de fantasias - a melhor da cidade - para comprar uma fantasia de uma princesa. Acabei comprando a da Alice - que nem princesa é .
Cheguei na escola, toda metida, falando abóbrinha. Veja no site: www.onomedaaliceemadalenaporqueetudomentiraoquedizemeelafoiparaescolaaprenderasermetida.com.br/
Cheguei em casa com um inspetor do meu lado. Que explicou tudo o que aconteceu rapidamente.
- Que besteira em filha! - disse meu pai.
Tive apenas coragem de dizer:
- Eu sou a Alice e vou encontrar uma rainha no meu quarto. Tchau!
Depois subi no meu quarto e fiquei seis dias sem ir para escola , como castigo: tudo o que eu queria!

          

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