quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"A vida é uma vírgula" | 1º capítulo

"A vida é uma

vírgula",
   
Capítulo I - Falsidade


Por:
Isabela Rosa Prochmann;





"Meus atos são verdadeiros. Diferentes de muitas outras pessoas, que só sabem contar mentiras. Mas, como cheguei a ser tudo isto que sou? Uma menina que nem ao menos conhece o que aprende e que se esquece de tudo no minuto seguinte? Sim, sim, eu sou assim. Mas existem palavras que para mim são fortes demais, e existem atos que são ruins demais. Primeiro, me sinto tão mal, mas tão mal... meu pai morreu. Existem vezes que a tristeza é 'combatida' com lágrimas, lágrimas tristes e molhadas, úmidas e idiotas, caindo em uma face feia e chorona. Como confiar nas pessoas quando elas não confiam na gente? Eu sei que meu diário está ficando cada dia mais apertado e feio com as minhas palavras, frases e decisões... Nunca poderei acreditar naquilo que aconteceu.
Recapitulando assuntos que no dia não tive coragem de falar para você, por causa da minha tristeza:
Meu pai, depois de ter visto a morte de minha mãe - há um ano atrás - se casou com uma mulher feia, alta e muito magra. Não sei da onde que surgiu o interesse com uma mulher como ela. Seu nome era Anderlinne. Diferente dos ' _' (anderlines) de computador, o nome dela era pronunciado 'AnderLInne".É também um nome idiota, e EU às vezes penso em como ela pode sugir no planeta Terra. Penso que ela pode ser um alien falante, mas absolutamente parecido com os seres humanos - apesar de ela ter uns dois metros de altura - mas, depois de um tempo, acreditei que ela era normal, e apenas alta. Acreditei que, já que era o 'amor' do meu pai, o que eu poderia fazer?
Até que um certo dia, a moça resolveu chamar meu pai para o jardim, para lhe mostrar uma surpresa. Eu simplesmente fiquei espiando da minha sacada, escondida o suficiente para ninguém saber onde estou. Afinal, aqueles quatro olhos se olhavam, e como iriam perceber que eu estava por perto?
Foram poucas palavras que eu ouvi naquela noite tenebrosa e feia. Acompanhe:
' - Óh, meu querido marido! Você nem acredita no que eu tenho para lhe mostrar'.
Depois ela mostrou um objeto prateado, depois de ter tirado de seu casaco. Era com certeza uma faca. Meu pai não teve medo e disse:
' - Minha queria esposa, porque você me trouxe aqui fora para lhe mostrar este objeto?'
Bem, eu acredito que ela tenha falado algo como 'Ah, é que aqui da pra te matar', ou 'Ah querido, a sua morte se aproxima', ou algo do tipo, pois não deu para ouvir. Eu só sei que ela mexeu os lábios vagarosamente, - isso porque vi - e sei também que depois disto a aparência do meu pai mudou, ele ficou sério e gritou:
'Você sabe que eu te amo!'. Além de ter pronunciado a frase, seu olhar mostrava medo e espanto. Depois Anderlinne disse:
'Mas é algo merecedor para você. Acho que também para mim no meu planeta distante.' Depois ela segurou fortemente a faca e a colocou no coração de meu pai. Ele caiu no chão, duro como pedra, e depois, nada mais disse.
A minha compreensão sobre a moça (tão querida) de ' ser de outro planeta' apenas aumentou. E eu queria descobrir essa história de 'planeta distante'. Seria uma charada ou uma afirmativa?
O pior foi que depois de ter matado o meu pai, ela correu para casa, se banhou, trocou de roupa e a roupa com o sangue ela enterrou. Enterrou de uma maneira tão rápida em um lugar bem distante da nossa casa. A crueldade da minha vida era saber que não tinha vizinhos, nem amigos, nem mãe, nem pai. Só tinha uma madrasta falsa e chata. Ò, querido diário. Será difícil escrever em você daqui pra frente. Neste exato momento estou no banheiro, fingindo estar doente e com muita dor de barriga. Mas acredito nos meus olhos, e acredito que será benéfico para mim depois te ler.
Voltando ao assunto principal, Anderlinne chamou imediatamente a polícia. E, em quanto isso estava logo encenando, fingindo estar sofrendo por causa do marido que nunca se casou.
Acho que me esqueci de contar que eles estavam apenas noivos, e acho que também esqueci de dizer que meu pai era o cara mais rico da cidade. Acredito que ela só 'escolheu' ele por interesse.
Quando os policias fizeram uma entrevista clara ela disse:
'Foi a menina que matou meu marido. Eu estava tomando banho, e quando eu vi, na sacada, ela estava entrando dentro de casa cheia de sangue.'
Agora eu sabia de mais uma coisa: era uma mulher muito racional e esperta, e além do mais acreditei que ela era mágica ou alguma coisa do tipo. Em instantes os policiais estavam entrando no meu quarto, e me tirando da minha própria casa.
Existe dor e sofrimento pior do que isto? Eles me disseram que eu fiz algo muito feio e que seria presa em uma 'cadeia' , mas como era esperta, não acreditei. Guardei você no bolso do meu vestido e fui para sala. Lá estava sentada Anderlinne e mais dois policiais.
- Você sabe o que é matar seu próprio pai, Matilde? Foi ele que te criou e que te ajudou a crescer.
Não disse nada, e esperei continuar.
- Temos ótimas provas sobre o que aconteceu - disse ele. Logo mostrando meu melhor vestido, aquele que eu mais gostava e usava, repleto de sangue, que era do meu pai.
- Vocês acham que eu teria sido completamente idiota em matar meu próprio pai? Eu preferia ele do que minha mãe - menti, porque na verdade gostava imensamente dos dois.
- Você não engana a gente. - disse um policial.
Depois, eles me mostraram minhas pegadas, até a porta do meu quarto. Eram pegadas de sangue, e paravam na porta do meu quarto. Depois, para explicar como o meu sapato estava sem sangue, Anderlinne mostrou um tapete e disse:
- Este tapete estava na frente do quarto de Matilde. Acredito que foi neste tapete que limpou seus sapatos. - novamente disse algo idiota, mas os policiais acreditaram. Acredito que nem uma criança deixaria as provas do crime para todos verem. Eu, pelo menos, não faria isto.
O que aconteceu por fim, foi que me jogaram em um carro, com todos os meus pertences dentro. No dia seguinte, acordei em uma casa feia, 'enferrujada' e diferente. Acordei e agora estou aqui, relembrando os fatos sem ter coragem de chorar. Não posso dizer que aqui encontrei amigos, pois estou aqui - na minha opinião - faz meia hora."
Fechei o diário depois de ter ouvido batidas na porta do banheiro. A voz dizia:
- Abra a porta, assassina. As pessoas daqui não são vaidosas como você.
Pensei que era necessário ter inimigos, para que depois estes se tornassem meus amigos. Pensei também que era bom me chamarem de assassina; eu poderia amendrontar as crianças e sair logo dali.
A única coisa que eu consegui pensar foi tirar os sapatos, para andar de meia. Depois, coloquei a pior roupa que eu tinha, aquela que mais estava suja. Sujei ela toda (ainda mais), e molhei em algumas partes. Joguei meu cabelo para trás, molhei outra parte dele (claro que com água da torneira), e aquela água era bem suja!
Depois abri a porta, e vi umas quinze crianças me olhando (algumas eram da minha idade).Depois disse:
- Eu não estou linda? - perguntei e saí andando. Vi uma das meninas dizer:
- AAh! Assim não vale! A minha ideia de criar essa moda foi minha!
Olhei nos olhos da menina, depois sua roupa - suja que nossa!
- Sorry, please! - descobri que as meninas dali não conheciam inglês;
Depois uma empregada autoritária apareceu e disse:
- Aqui as meninas não sabem ler e nem escrever. Elas não conhecem pessoas de fora. E deixamos livremente elas fazerem o que quiserem, para depois descobrirmos o que elas fazem. - disse a empregada.
Fiquei contente e disse:
- Ahhmm. Isto significa que aqui não existem regras! - corri para a cama mais próxima e comecei a pular como uma mola.As crianças me olharam e estranharam. - Que foi? Isso é divertido!
Alguns meninos vieram correndo até eu, e a empregada disse:
- Não pulem! Punam essa menina intolerável!
A tá, como se pudessem me pegar - pensei. Depois fui pulando de cama em cama, fazendo com que os meninos também subissem na cama, para estarem no mesmo ritmo que eu.
Nem preciso dizer o que aconteceu. A empregada ficou uma fera, e mandou duas meninas pegarem os meninos, para depois tentarem me pegar, mas as duas também acharam que o certo era pular de 'cama em cama', para estar no meu ritmo.
Depois, todas as crianças estavam tentando pegar umas as outras, e na verdade, todas correndo atrás de mim. Depois as crianças pararam e viram como aquilo era divertido, e tudo acabou com uma guerra fantástica de travesseiro.
Ah, a minha madrasta pode ser mesmo uma mentirosa, falsa, e analista, ET, mágica, e etc. Mas ainda ela vai ver os caminhos da vida, e vai descobrir consequentemente que na Terra existem muitos sofrimentos.
Mas, depois que ela descobrir, eu vou estar perto dela, vendo ela sofrer. E estarei fazendo ela sofrer mais ainda!
Ah, ela vai ver! Ela vai sofrer por ter matado o meu pai e por ter me posto aqui!



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